domingo, novembro 20, 2011

ESPETÁCULO EMOÇÃO NA ARTE DA DANÇA

Ontem foi meu último espetáculo deste ano,com a turma toda da dança da Casa da Cultura do Guará, onde faço aulas. 
Foi muito corrido, e um pouco complexo, montar a minha coreografia. Primeiramente porque optei por um grande desafio a alguns meses: dançar com a bandeja com vela, na qual, dentre outras coisas, deve-se dançar equilibrando a bandeja sobre a cabeça. Portanto, é algo que exige muita concentração e treino.
A título cultural, destaco que a bandeja com vela é uma versão moderna ocidentalizada de dois instrumentos (ou modalidades) tradicionais: a bandeja de chá, de origem turca, e o candelabro, de origem egípcia. Ela é muito pouco executada no Brasil, mas consultando vídeos no You Tube, constatei que as hermanas argentinas gostam muito deste instrumento.
Segundo que, por todas as baixas emocionais que passei nas últimas semanas, muitas vezes não estava bem disposta e concentrada para ensaiar, muito menos para montar a coreografia em si. Felizmente consegui a força necessária na reta final. 
Por causa da bandeja, optei que minha coreografia não seria aquela coisa ensaiadinha, com passos repetitivos, mas seria algo mais intuitivo, com marcações de alguns passos em apenas deteminadas frases da música.

Não é porque estou falando de mim mesma, mas com a proximidade do espetáculo cada vez mais fui me surpreendendo com o meu resultado. Nos últimos ensaios coletivos, já no teatro, fui muito elogiada pelas demais colegas que ainda não tinham visto meus ensaios, que me incentivaram bastante, falando o quão bom estava meu número.
Agora que já passou e pude ver a gravação (normalmente peço para gravarem pelo menos um ensaio meu para eu poder assistir, assimilar melhor a coreografia e me corrigir, mas desta vez até me esqueci de fazê-lo), constatei o quanto ficou muito bom. Meus alongamentos ficaram excelentes, alcançando a perfeição de ângulos de 45 e 90 graus nos momentos necessários, com equilíbrio perfeito da bandeja. Minha roupa ficou ainda mais bonita e brilhante no palco, realçando ainda mais a apresentação.

Apesar da minha vela ter caído durante a apresentação, me virei muito bem para finalizar a coreografia. Pose e graça são essenciais para se virar em caso de qualquer imprevisto. Pena que ainda era pra bandeja voltar para a minha cabeça e eu dançar um pouco mais. Mas foi ótimo que várias pessoas acharam que isso fazia parte da coreografia. (Tenho que bolar melhor maneira de fixar a vela na bandeja. Vou experimentar fita adesiva na próxima.)

Em resumo: considero que foi um show total! Foi diferente, exótico, de difícil execução e bonito.
E assim como qualquer coreografia, a repetição faz o aprimoramento, ao ponto dela se tornar algo natural.


Particularmente gosto de apresentações que incluem instrumentos, que fogem da mesmice de solos e véus. E este espetáculo, alem da minha apresentação com a bandeja, teve apresentações com jarros e pandeiro, que são instrumentos que dificilmente se vê. Acho muito importante essa diversidade nos espetáculos, algo que se vê muito pouco ultimamente, pelo menos aqui em Brasília.

Agora, é começar a ter noas ideias para o ano que vem... Aguardem!

quarta-feira, novembro 16, 2011

I SALÃO DA ACESSIBILIDADE

Ontem e anteontem estive no I Salão de Acessibilidade, que até onde eu sei, foi o primeiro evento deste tipo aqui em Brasília. Foi uma oportunidade maravilhosa de conhecer diversas novidades trazidas por empresas de outros estados que trabalham em prol da acessibilidade.
No primeiro dia fui pra trabalhar, pois o Movimento de Doenças Raras conseguiu um estande lá. Assim pudemos divulgar no evento o trabalho não só do Movimento DR, mas também da associação e da EB. O movimento na feira foi meio fraco nesse dia, pois apesar do dia imprensado, sabemos que muita gente estava trabalhando.
Foi interessante observar que muitas associações ligadas a doenças estavam lá, e que têm investido bastante no artesanato como forma de inclusão.
No segundo dia, fui para me divertir, conhecer tudo que a feira tinha para oferecer. Tive a companhia de uma deficiente visual, que até fez umas comprinhas em um estande só com produtos para deficientes visuais.
O que mais aproveitei foram os estandes relativos a adaptações de carros. É um mercado ainda muito pequeno aqui em Brasilia, o que dificulta quando precisamos modificar algo no carro. Troquei idéias, peguei cartões e vi as novidades. Pena que muita coisa ainda é cara, mas já é possível que pessoas, mesmo com limitações muito graves, possam dirigir sem problemas.
Algo que foi muito prático para mim foi a presença de um grupo de concessionárias que levou vendedores de cada uma das marcas do grupo. Assim pude fazer orçamentos, de maneira super rápida, de carros novos de 4 marcas diferentes, comparando preços e vendo nos modelos expostos as necessidades de adaptações. Só não fechei negócio pois ainda tem outras 2 marcas que quero avaliar os carros. Também experimentei a direção elétrica, que é muuuuiiito mais leve que a hidráulica para as manobras (que é a minha maior dificuldade, pois tenho menos força que as demais pessoas). Um item a considerar na compr de um novo carro.
Para fechar cm chave de ouro, fizemos uma Trilha Sensorial, que era uma amostra grátis da trilha em tamanho maior existente no Jardim Botânico. Nela entra-se com os olhos vendados e você é conduzido por um mundo de texturas e cheiros, usando os demais sentidos que não a visão para conhecer plantas do cerrado. O deficiente que me acompanhava, por ter baixa visão, não usou a venda, até mesmo para descobrir o que ele conseguia ver do que lhe era mostrado. Para nós dois foi uma experiência única, cada um à sua maneira: para mim, tentar adivinhar o que me era apresentado somente pelos cheiros; e para ele, poder "ver com as mãos" sem ser repreendido. Já deixamos combinado de ir algum dia no Jardim Botânico para passearmos na Trilha de lá.
Em resumo, valeu super a pena a feira. Embora a feira não tenha sido muito grande, trouxe muitas novidades. Torço para que ela continue a ocorrer nos próximos anos.

quarta-feira, novembro 09, 2011

A VIDA É UM JOGO COM DIVERSAS PROVAS A CUMPRIR

Peço desculpas aos leitores deste blog pela minha ausência nas últimas semanas. Estou numa correria louca pela minha rotina de ensaios para o próximo espetáculo dia 19. 
Também venho enfrentando muitas coisas nas 2 últimas semanas. Coisas que escolhi para mim, mas que trazem junto muita tristeza. É muito difícil quebrar velhos paradigmas. É também muito difícil achar que certas coisas estão fluindo de uma forma e depois você ver que não era nada do que você imaginou.
No primeiro momento, o de quebra de paradigmas, vi que as circunstâncias se voltaram de maneira tão negativa para mim que tive medo. Tive medo de como iria reagir, se eu teria estrutura par aguentar e pedi ajuda, antes que eu pudesse ter uma possível recaída. Não sei exatamente o que fizeram as pessoas as quais pedi ajuda, mas pelo menos o conflito se amenizou.
Quando ele ameaça se reinstalar, eu tiro forças lá do fundo do meu ser para impor meu ponto de vista e não deixar ser coagida, pois assim voltaria a sofrer o que eu sofria. Embora sejam sofrimentos diferentes, é melhor e mais ameno o novo do que o antigo, que me fazia muito mais mal.
 
Ontem foi dia de mais uma prova, de descobrir que algo era diferente do que eu achava que era. Foi um golpe duro, como uma punhalada pelas costas.
Mas eu resisti em pé! Apesar do vazio que sinto dentro de mim, consegui juntar meus cacos e, como diz meu sobrenome, ser uma verdadeira rocha. Até porque quem já saltou da beira do abismo no fundo do poço sabe como é lá e que é um lugar para onde nunca quero voltar.
Para minha surpresa, consegui reagir muito, mas muito melhor do que eu imaginava. Passei praticamente a noite toda consumida pelos meus pensamentos, ora de reflexão, ora de oração. Ocupei-me em preencher (pelo menos parte) o meu vazio com amor, em especial amor próprio. Mas Deus me iluminou com uma mensagem muito importante.

Tudo isso que estou passando faz parte de um jogo. A vida é um jogo com diversas provas a cumprir. Eu já sei quais os "prêmios", ou melhor dávidas, que irei receber, só não sei quando e em que ordem. Deus só está me testando se eu estarei forte o suficiente para recebê-las e se Ele pode confiar em mim. Tenho que cumprir minhas provas com alegria e delas aprender as lições que necessito. Tudo é questão de tempo. A diferença é que é o tempo de Deus e não o nosso tempo dos homens, muito menos o meu tempo.

Sou muito grata a Deus por tudo que Ele vem me proporcionando, por mais difícil que seja esse momento, pois apesar do sofrimento, conquistas muito importantes ocorreram em mim, muitas lições aprendidas. As principais delas são: dar valor a mim mesma; não agir de uma maneira só porque os outros acham que deve ser assim; e as principais: dar valor às amizades, e aos carinhos e bons momentos que elas proporcionam; e sempre confiar no amor incondicional, fazendo tudo, seja por mim ou pelos outros, em nome dele.

"This too shall pass." (provérbio que significa "Isso também passará.")