Acabei de voltar de uma viagem muito interessante ao interior do Piauí, em que fui para um aniversário e rever (e conhecer mais gente de) uma família de amigos.
Este post é mais para tratar das curiosidades desta viagem, e de como nós que vivemos mais ao sul temos uma visão tão equivocada do nordeste.
Bem, até então eu só conhecia cidades do litoral do nordeste. Cidades de litoral tem basicamente praia, brisa do mar, peixes e mariscos. Fora isso, o que vemos na TV sobre o nordeste é o sertão, terra rachada, o povo com fome e sede, plantas e animais morrendo. Portanto, não achava que houvesse um meio termo tão interessante!
A primeira impressão que tive ao chegar à Teresina não foi nem o calor, mas o sol queimando. Charo, o calor era muito, mas não é pior do que no norte, pois o calor úmido é muito pior.
Do aeroporto, fomos de carro para Oeiras, minha cidade destino (umas 4h de carro), junto com parentes da família a qual fui visitar, o que foi muito bom, pois pudemos conversar muito sobre o Piauí e os costumes de lá.
A primeira coisa que me chamou atenção na estrada foi ver o caminho com muitas plantas e tudo verdinho, o que quebrou meu paradigma de que o interior é só sertão, conforme já comentei. E mais ainda me impressionei com a trepadeira nativa da região, que pode ser vista por uma parte considerável da estrada. Ela cresce tanto e sai trepando pelo que encontra no seu caminho, em especial outras árvores e postes, de uma maneira bem curiosa.
A foto abaixo é de um poste em Oeiras. Observe que a trepadeira já avançou para os fios de eletricidade, e a tendência é continuar se expandindo em cima deles. Muios postes semelhantes, inclusive alguns quase que todos cobertos, na estrada.
Essa foto foi tirada no meio da estrada, próximo a alguma cidade que não guardei o nome. Não sei qual era o objeto em que a trepadeira trepou, pois ela foi totalmente completa pela planta. Eu gostei muito do formato, semelhante a um espantalho.
A outra curiosidade da estrada foi a venda de castanha de caju. Elas são todas torradas artesanalmente, ficando com o gostinho de queimado ma-ra-vi-lho-so. (Me lembra meu avô, que quando sabia que eu ia visitá-lo, começava a juntar castanhas de caju para poder fazer uma fogueirinha no quintal e torrar pra mim. Eu adorava ver - e comer - aquilo.) Elas não são vendidas em pacotes grandes, como se encontra à venda nas cidades turísticas do litoral em saquinhos pequenos compridinhos, daqueles em que se vende dindin, laranjinha, chup-chup, geladinho, ou seja lá com qual nome você conheça. Cada pacotinho com castanhas custa 2 reais, sendo que vendem 6 por 10. Compramos um monte!
Uma curiosidade da cidade de Oeiras é a santa no morro. A cidade, segundo os moradores, tem a Semana Santa mais famosa do estado e a cidade lota. No Morro do Leme (também conhecido como Morro da Santa) há uma grande estátua da Nossa Senhora da Vitória, padroeira da cidade. O morro é todo de pedra e para se chegar à santa, é necessário subir uma grande escadaria, a qual não subi por motivos óbvios. Muitas pessoas fazem promessa para subir a escadaria de joelhos caso uma graça seja alcançada. De noite, a santa é iluminada e possível vê-la praticamente de qualquer ponto da cidade.
Fora isso, vale destacar que foram dias regados a carneiro, bode, feijão verde, cajuína e creme de galinha caipira, todas iguarias que eu já conhecia por ter comido na casa do casal amigo que me fez conhecer a família, e que infelizmente se mudaram daqui por o marido ser militar.
Infelizmente tive que ficar poucos dias, pois o calor me faz muito mal. Nos 2 primeiros dias foi bem agradável, pois pegamos 3 chuvinhas na estrada, então estava mais fresco, com um ventinho bom. De noite choveu, mantendo o clima bom no dia seguinte. Depois a chuva foi embora, o calorão chegou e ficou difícil de aguentar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário