quinta-feira, março 20, 2014

AS MÍDIAS SOCIAIS E O ISOLAMENTO SOCIAL

Tenho observado um fenômeno muito triste advindo da combinação mídias sociais + celular com acesso à internet: o isolamento social.
Vejo pessoas de todas as idades, desde jovens à melhor idade, munidos de celulares, com seus dedinhos nervosos sobre a tela, lendo as atualizações do Facebook ou WhatsApp. Como estão ocupadas lendo, não possuem mais a capacidade de falar. Isso gera o enfadonho caso de você sair com pessoas para um bar ou restaurante, e as pessoas não conversarem entre si. Recentemente eu já tive que trocar de lugar em mesas para ficar perto de pessoas que queriam conversar.

GENTE, EM QUE MUNDO ESTAMOS VIVENDO?!?

Além disso, temos que lembrar que existem basicamente 3 tipos de visões do Facebook (não que elas sejam excludentes; num momento pode ser uma e em outro ser outra, afinal todos nós somos multifacetados com nossas muitas máscaras que usamos durante a vida):
  1. Facebook = Revista Caras das não-celebridades: para a maioria das pessoas, o Facebook é um local para se exibir, mostrar-se fazendo coisas que julga legais, ou colocando várias fotos do tipo selfie (como diz a música "tira foto no espelho pra postar no Facebook" - argh, odeio selfies!).
  2. Facebook = arquivos .PPS: lembra da época em que as pessoas mandavam um monte de e-mails chatos com arquivos enooormes feitos no Power Point só porque achavam a mensagem bonitinha? Então, tem gente que praticamente não posta nada pessoal, mas por dia compartilha dezenas de mensagens "felizes" que viu na página de outrem.
  3. Facebook = grupo de apoio: de vez em quando (especialmente as mulheres) ficam meio deprê, e aí resolvem postar algo pessoal que não sairia falando para todo mundo, como que estão tristes, que a vida não presta, ou até algo como estar com dor de cabeça, etc., etc. Daí vem um monte de gente (que certamente não fariam isso pessoalmente) perguntar o que aconteceu/está acontecendo e te dizer que isso vai passar. Ou seja, você se faz de coitada, um monte de gente fica com peninha de você e depois você agradece e responde que se sente melhor. Simples assim!
Observem como a grande maioria dos posts no Facebook se restringem a isso, ou seja, à inutilidade alheia.

Eu não tenho celular com acesso à internet e pretendo não o ter por um bom tempo. O celular é algo pequeno e meio chato de digitar; para isso inventaram algo chamado computador para usar a internet. Portanto, não tenho WhatsApp. Eu tenho Facebook, pois ele trouxe uma série de coisas interessantes: reencontrar pessoas da época de colégio, manter contato com os parentes que moram em outras cidades. participar de grupos de discussão de alguns assuntos, coisas que eu não faria se ele não existisse. Mas me restrinjo a ver as mensagens quando estou em casa sem ter o que fazer ou quando estou esperando uma resposta importante. Muitas vezes fico dias sem entrar no Facebook. E tem dias que brigo comigo mesma devido a momentos de semi-vício, em que quero ver as atualizações de um monte de gente e me esqueço da hora. É impressionante o quanto pode-se perder tempo no Facebook. E depois as pessoas reclamam que não tem tempo, por ex., para uma atividade física. Basta parar de fazer exercício só com os dedos!

As mídias sociais estão aí, para o nosso bem ou nosso mal. Saibamos aproveitar com sabedoria as tecnologias. Usemo-las a nosso favor e não contra nós.