terça-feira, maio 27, 2014

FESTIVAL INTERNACIONAL DE DANÇA

Fim de semana passado foi muito importante para mim como dançarina. Houve um festival internacional de dança organizado pela escola onde danço. 
Pense num batidão! Sexta de noite - apresentação de gala com os professores convidados; Sábado de tarde e noite - aulas e avaliação; Domingo de manhã -  mais aulas. Affff... Foi beeeem cansativo!
Sexta foi tranquilo: só ir, assistir e admirar. Sábado que foi a pauleira: De manhã, fui dar minhas tradicionais aulas de inglês. Saí de lá sem almoçar e fui pro evento. Peguei o final de uma das aulas (que ainda não tinha acabado porque a programação atrasou); não almocei, só fiz lanches durante a tarde e de noite "jantei" um sanduíche no restaurante do hotel, pois era o que dava tempo antes das aulas da noite. 
Aula mesmo só consegui fazer o fim da aula que peguei quando cheguei, que era com a Mahaila, e a da Ju Marconato. A Ju Marconato é realmente tudo aquilo que já tinham me falado e mais! A aula dela foi maravilhosa, aprendi muito, principalmente em como colocar mais sensibilidade na dança. E ainda dei sorte de ganhar um dos CDs dela de mensagens. É bom para relaxamento e reflexão.
As demais eu só assisti, filmei e fiz diversas anotações, pois não ia ter pique pra tudo. Sábado de noite e domingo de manhã foram as aulas com o egípcio Hassaan Saber. Pensem num homem com mais de 60 anos com energia de menino! Em suas sequencias ele dava vários pulos, rolava no chão e continuava inteirão! Claro que volta e meia haviam umas pausas grandes para ele se recuperar, mas era surpreendente sua energia, assim como seu carisma e gentileza. Comprei o livro dele sobre folclore egípcio que ainda tenho que ler. Mas aprendi coisas muito importantes dos ensinamentos dele, pois ele gosta de explicar porque certas coisas são feitas baseadas no folclore egípcio, o que eu acho excelente! Aprendi, por ex., que candelabros devem ter apenas 7 velas. mas dificilmente se acha um desses por aqui (aqui a regra é: quanto mais velas, melhor).
Hoje eu entendo porque cobra-se caro por workshops de dança: é porque, em geral, valem a pena mesmo! São conhecimentos valiosos que só se obtém a partir de alguém com bastante experiência, que já tentou muitas coisas e viu o que funciona; ou então de alguém que nos traz as informações direto da fonte, para mostrar o tanto que já modificados a dança árabe original (não sei até que ponto isso é bom ou ruim, tendo em vista que se criou aqui no Brasil um estilo de dança árabe que se difere bastante do tradicional dos países de origem, com danças espetaculosas e passos de balé pelo meio).

Por último, e não menos importante, vou falar da minha avaliação. Poderia-se inscrever para uma avaliação pelos professores da escola e os convidados (que não estivessem ministrando cursos no horário, lógico!), levando sua própria música e levando em consideração o nível declarado no momento da inscrição. Eu estava muito atarefada e fiquei naquela, me inscrevo ou não? O valor era irrisório, então, se minha apresentação fosse uma m..., não teria jogado muito dinheiro fora. Daí pensei: quando vou ter uma outra oportunidade dessas, a não ser que eu fosse para uma dessas bancas de certificações, as quais não tenho a menor pretensão de ter? (Se eu sou professora de inglês a quase 10 anos e só fiz o TOEFL uma vez, não tenho curso de letras, e sei que possuo grande qualidade, não preciso ficar provando pra ninguém com títulos, que são coisas voláteis. Então, pra que vou querer titulações em dança?!?)
Enfim, estava sem tempo e peguei uma música que eu tinha dançado poucas semanas antes e só a repassei coreograficamente na sexta depois de voltar do show de gala (mas fiz lavagem cerebral ouvindo-a por 2 dias seguidos no meu carro para relembrar marcações). E pensei: seja o que a Santa Odalisca quiser!
O resultado foi muito surpreendente. Haviam 12 avaliadores na minha hora e, sem óculos, no momento em que eu dancei, talvez tenha identificado metade delas. Dancei e pelo menos na hora, o pessoal se empolgou quando a música foi para a parte rápida (ela uma música com uma parte bem lenta no começo e cerca de 1 min de solo de derbake no fim). Assim que terminei, fiz as reverências de agradecimento e fui em direção á porta. Ao chegar na porta, parei ofegante (devido ao solo de derbake) e assim que peguei na maçaneta, resolvi permanecer na sala. Virei de frente e a todos e (não vou lembrar mais as palavras exatas) agradeci pela oportunidade e pedi que eles me avaliassem não pelo ideal de bailarina que existe na cabeça de cada um, mas pelo que eu pude mostrar naqueles menos de 5 minutos. (Estaria eu sendo muito ousada a fazer isso?!? Mas era algo que eu sentia que precisava dizer de alguma forma.)
Na mesma hora, ouvi algumas manifestações que eu não sei exatamente de quem vieram. Alguém ME agradeceu pela oportunidade de me ver dançar e alguém disse que eu tinha algo que a maioria das pessoas/bailarinas não tem, que é saber sentir a música. Outros concordaram. Minha profa. estava aos prantos e disse para eu nunca mais fazer aquilo com ela. 
Depois fui ler as avaliações escritas. Eu esperava um monte de comentários e sugestões do que eu poderia melhorar. Minhas notas, em todos os quesitos, foram acima de 8; só tive um 7 em um quesito muito bem justificado pela Ju Marconato e que eu concordo totalmente: variar mais as direções do meu quadril. No mais, alguns comentaram que eu deveria sorrir mais ao dançar, o que eu já sei que tenho dificuldade em fazer. Comentaram muito sobre essa questão da sensibilidade, de ouvir a música. A última avaliação do bloquinho de avaliações era a da minha profa. e pensei, "bem, ela vai escrever um moooonte de coisas pra eu melhorar". Nada, ela escreveu que "chorou litros"! kkkkk
(Depois em sala, algumas semanas depois, minha profa. comentou que no final da minha apresentação tava quase todo mundo chorando e os homens se segurando pra não chorar. Eu falei que ela tava exagerando, mas ela disse "eu tava lá, eu vi!".)
Enfim, eu me senti muito vitoriosa depois dessa apresentação. Certamente tenho muito ainda o que aprender, mas sei que as músicas que escolho para as minhas apresentações individuais e as apresentações em si estão no caminho certo. Dei o melhor que pude naquele momento e funcionou! =D

terça-feira, maio 20, 2014

TREPADEIRA NO POSTE (E OUTRAS CURIOSIDADES DO INTERIOR DO PIAUÍ)

Acabei de voltar de uma viagem muito interessante ao interior do Piauí, em que fui para um aniversário e rever (e conhecer mais gente de) uma família de amigos. 
Este post é mais para tratar das curiosidades desta viagem, e de como nós que vivemos mais ao sul temos uma visão tão equivocada do nordeste.

Bem, até então eu só conhecia cidades do litoral do nordeste. Cidades de litoral tem basicamente praia, brisa do mar, peixes e mariscos. Fora isso, o que vemos na TV sobre o nordeste é o sertão, terra rachada, o povo com fome e sede, plantas e animais morrendo. Portanto, não achava que houvesse um meio termo tão interessante!

A primeira impressão que tive ao chegar à Teresina não foi nem o calor, mas o sol queimando. Charo, o calor era muito, mas não é pior do que no norte, pois o calor úmido é muito pior.
Do aeroporto, fomos de carro para Oeiras, minha cidade destino (umas 4h de carro), junto com parentes da família a qual fui visitar, o que foi muito bom, pois pudemos conversar muito sobre o Piauí e os costumes de lá.
A primeira coisa que me chamou atenção na estrada foi ver o caminho com muitas plantas e tudo verdinho, o que quebrou meu paradigma de que o interior é só sertão, conforme já comentei. E mais ainda me impressionei com a trepadeira nativa da região, que pode ser vista por uma parte considerável da estrada. Ela cresce tanto e sai trepando pelo que encontra no seu caminho, em especial outras árvores e postes, de uma maneira bem curiosa. 
A foto abaixo é de um poste em Oeiras. Observe que a trepadeira já avançou para os fios de eletricidade, e a tendência é continuar se expandindo em cima deles. Muios postes semelhantes, inclusive alguns quase que todos cobertos, na estrada.


Essa foto foi tirada no meio da estrada, próximo a alguma cidade que não guardei o nome. Não sei qual era o objeto em que a trepadeira trepou, pois ela foi totalmente completa pela planta. Eu gostei muito do formato, semelhante a um espantalho.


A outra curiosidade da estrada foi a venda de castanha de caju. Elas são todas torradas artesanalmente, ficando com o gostinho de queimado ma-ra-vi-lho-so. (Me lembra meu avô, que quando sabia que eu ia visitá-lo, começava a juntar castanhas de caju para poder fazer uma fogueirinha no quintal e torrar pra mim. Eu adorava ver - e comer - aquilo.) Elas não são vendidas em pacotes grandes, como se encontra à venda nas cidades turísticas do litoral em saquinhos pequenos compridinhos, daqueles em que se vende dindin, laranjinha, chup-chup, geladinho, ou seja lá com qual nome você conheça. Cada pacotinho com castanhas custa 2 reais, sendo que vendem 6 por 10. Compramos um monte! 

Uma curiosidade da cidade de Oeiras é a santa no morro. A cidade, segundo os moradores, tem a Semana Santa mais famosa do estado e a cidade lota. No Morro do Leme (também conhecido como Morro da Santa) há uma grande estátua da Nossa Senhora da Vitória, padroeira da cidade. O morro é todo de pedra e para se chegar à santa, é necessário subir uma grande escadaria, a qual não subi por motivos óbvios. Muitas pessoas fazem promessa para subir a escadaria de joelhos caso uma graça seja alcançada. De noite, a santa é iluminada e possível vê-la praticamente de qualquer ponto da cidade.



Fora isso, vale destacar que foram dias regados a carneiro, bode, feijão verde, cajuína e creme de galinha caipira, todas iguarias que eu já conhecia por ter comido na casa do casal amigo que me fez conhecer a família, e que infelizmente se mudaram daqui por o marido ser militar. 

Infelizmente tive que ficar poucos dias, pois o calor me faz muito mal. Nos 2 primeiros dias foi bem agradável, pois pegamos 3 chuvinhas na estrada, então estava mais fresco, com um ventinho bom. De noite choveu, mantendo o clima bom no dia seguinte. Depois a chuva foi embora, o calorão chegou e ficou difícil de aguentar.

domingo, maio 04, 2014

CAMARÃO NA MORANGA

Começando as comemorações "aniversalísticas", aproveitei que ia resolver umas coisas na rua com minha mãe para comer (bem) um dos pratos do Festival Brasil Sabor: Camarão na moranga ao molho de 3 queijos.
Este não costuma ser um blog culinário, mas me empolguei e tirei fotos da comida, daí tive que fazer o post. =D

Nunca tinha ido no Restaurante Ilê, mas o prato me pareceu tão convidativo que resolvi ir conhecer. O espaço é bem aconchegante, embora estivesse meio quente, mas o dia estava quente. Serviço muito bom, gerente atenciosa. Só faltou ter a caipirinha de lima da Pérsia que constava no cardápio, mas no rodapé constava a mensagem de que alguns produtos poderiam não estar disponíveis devido a sazonalidade. Tomei um suco de manga então, para o qual me trouxeram uma bandeja enorme com sachês de açúcar e adoçante e potinhos com açúcar mascavo e outro com um açúcar branco, que confesso que não sabia a diferença entre ele e o do sachê. Optei pelo mascavo.

Vamos aos comes:


Entrada: casquinha de siri com farofinha. 
Estava bem gostoso. A farofinha era um pouco molhadinha, o que me permitiu experimenta-la, pois não posso comer coisas muito secas, como farofa. Minha mãe disse que ela acha que não era siri, mas sim caranguejo, pelo sabor, textura e por ter pego mais tempero (segundo ela o siri pega menos tempero e é mais sem gosto). Eu confesso que não sei diferenciar; teria que um dia colocar um lado a lado pra tentar perceber. Ela disse que é difícil, que a maioria das pessoas não sabe diferenciar mesmo, e como o caranguejo é mais barato...
Enfim, era um crustáceo com muitas patas... e estava bom!
Ainda inventei uma nova moda: colocar azeite na carne do siri/caranguejo. Ficou uma delícia!


Prato principal: Camarão na moranga ao molho de 3 queijos + arroz de baru e pirão de peixe
A foto do site do festival não tentou enganar ninguém. A moranga veio como apresentada lá. Podia-se escolher o acompanhamento entre 2 tipos de arroz. Como não como arroz que não seja em risoto ou com molho cremoso, olhei no cardápio e uma porção de pirão era o mesmo preço de uma de arroz de baru. Pedi a substituição e fui atendida. 
O molho de 3 queijos não era um molho grosso, mas a combinação de queijos ficou muito boa, ressaltando o gorgonzola. O pirão estava bem gostoso, com bom tempero. O arroz de baru que era com o baru triturado e não era grandes coisas. Comi um pouco dele misturando com o pirão.

Resultado: Comemos muito bem. O prato era individual, mas bem servido. Minha mãe deixou algo como 1/3 da farofa e metade do arroz, pois não conseguiu comer tudo. Eu só provei a farofa; talvez por isso comi todo o pirão. Saí de lá satisfeita, mas estava tudo tão gostoso que se tivesse mais na minha frente, eu teria comido mais. 
Dinheiro bem gasto e barriguinha feliz! Um bom começo de mês, num restaurante onde eu certamente voltarei.