terça-feira, setembro 06, 2011

1ª VBF (ou AVENTURAS EM ALTO PARAÍSO, ou ainda CADEIRANTE POR 2 DIAS)

Esse post tem vários títulos e até poderia ter mais, pois foi um fds super animado e repleto de emoções, com muitas histórias pra contar pros netos (se Deus me der a graça de ter filhos primeiro).
Tudo começou a alguns meses quando um amigo da UnB me fez um convite irrecusável (e eu acho que se eu recusasse ele ia me encher tanto que eu ia acabar topando kkkkk): reunirmos um bando de amigos doidos da UnB e passarmos um fds em Alto Paraíso. E o melhor: eu era a convidada especial, pois ele pensou na trilha especialmente pra mim, pois a trilha era quase toda "pavimentada", com piso de madeirinha. Depois de alguns adiamentos por motivos de força maior, a viagem saiu no fds passado. 

Ficamos em 2 chalés numa pousada super fofa, da qual praticamente não saímos, pois a cachoeira era lá mesmo. Chegamos sexta a noite e voltamos pra Brasília depois do almoço de domingo.
Sexta nos reunimos no chalé maior e conversamos até altas horas. Sábado foi o dia de fazermos a trilha ecológica para a cachoeira.

Na verdade meu amigo que organizou o passeio estava um pouco equivocado sobre a acessibilidade da  cachoeira, embora eu tivesse explicado para ele sobre minha dificuldade com terrenos acidentados. A maior parte da trilha foi de boa, por ser de madeira, mas no fim o caminho era de pedra bruta, pontuda, daquelas ótimas pra machucar os pés, e o acesso da trilha pra cachoeira ou era com muitas pedras ou com muitas raízes de árvores. Optei pelas raízes. 
A parte mais curiosa foi que, em nossas conversas sobre a viagem, ele fez uma proposta curiosa, a qual ele estava com certo receio de fazer (creio que ele achava que eu poderia com raiva ou algo assim). Como a trilha era de 2400m, uma distância longa para mim, ele propôs alugarmos uma cadeira de rodas, para que assim pudesse me conduzir por esse caminho. Eu topei a ideia, e alugamos a cadeira por apenas 20 reais por até 10 dias. Ela foi bem útil, usada em outros trechos também, como do chalé pro restaurante, e várias pessoas se interessaram por aprender a me conduzir na cadeira. Nunca havia usado cadeira de rodas, mas como convivi com vários cadeirantes na UnB, tinha algumas noções de como conduzir. Ensinei o que sabia e deu certo. O melhor foi que ela ajudou a poupar meus pezinhos, que voltaram intactos da viagem, o que foi mais do que surpreendente, considerando a sensibilidade da minha pele.No fim foi uma curtição só, pois quase todo mundo queria pilotar um pouquinho a cadeira.
A maior parte da trilha foi feita na cadeira, mas como eu disse, houve as partes tensas de pedras pontiagudas que eu tive que fazer a pé mesmo, pra tristeza dos meus pezinhos, que ficaram doloridos depois. Alguns trechos foram beeeem tensos, a ponto de eu quase desistir. Mas valeu a pena, pois a trilha é linda e é um presente de Deus poder me deleitar vendo toda aquela flora do cerrado, com suas diversas espécies de árvores. Há um trecho curioso com muito samambaiaçus que dá até uma sensação de que vc está em outro lugar que não o cerrado.
Entrar na água foi outra novela. Ao ver que as opções que eu tinha para chegar até a água eram pedras pontuda e raízes, eu me senti meio frustrada, com aquela sensação de "poxa, passei por isso tudo pra chegar aqui e nem poder tocar a água?!". Com muita dificuldade e ajuda de vários amigos, passei boa parte das raízes. Mas ainda havia um desnível alto para entrar na água e não havia como descer sozinha. Daí tive que apelar para o colo do amigo mais forte da turma. Pegar-me no colo normalmente é uma tarefa arriscada, pois posso me machucar se eu for pega nos lugares errados. Felizmente, dando as instruções certas, no fim tudo acabou bem. Não fui até a cachoeira pois o poço tinha profundidade a qual eu não cosneguiria por meus pés no chão. E como não sei nadar...

Pra voltar, havia o caminho mais curto, que não fizemos na ida porque queríamos passar pela trilha ecológica. Só que este caminho era uma grande escadaria íngreme, com piso não bom (sinceramente não me lembro mais se era de pedras pontudas, mas só o fato de ser muito íngreme já atrapalhava minha vida). Daí tive meu momento Rainha do Egito, como alguém o denominou: todos os homens do grupo se revezaram em grupos de 4 para poder carregar-me na cadeira escada acima. Chique não?! Foi cansativo pra eles, tadinhos, mas foi muito mais fácil e rápido em comparação com a ida.

Uma pergunta que surgiu durante essa aventura toda: Já que existem cadeiras próprias para práticas de diversos esportes, será que existem cadeiras de rodas off-road?  A resposta: Sim, elas existem! Basta perguntar ao "grande oráculo cego da internet" (Não entendeu a piada? Digite "oráculo" no campo "Pesquisar este blog") que ele mostrará várias fotinhos.

A noite preparamos queijos e carnes no Grill do George Foreman e "assamos" marshmallow com velas, já que não era permitido fazer fogueiras. Fez-se também um espeto de marshmallows no Grill pra ver se dava certo, mas era beeem mais divertido na nossa fogueira improvisada.
Domingo foi o dia mais relax. Pretendíamos fazer mais coisa, mas por motivos de força maior, só arrumamos nossa bagagem pela manhã e fomos almoçar no Rancho do Seu Valdomiro, onde comemos a famosa matula (mais informações em http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/americadosul/brasil-chapada_dos_veadeiros-culinaria.shtml) e comprei pra trazer pra casa licor de ananás. De lá, voltamos pra casa.

Há muitas histórias hilárias, mas separei as melhores pra relatar aqui:

Copaíba = feijão?!
Enquanto fazíamos a trilha, líamos as plaquinhas colocadas em diversas árvores com nome vulgar e científico. Lá pelas tantas, vimos um pé de copaíba, o qual admirávamos pela sua cor avermelhada quando a árvore está descascando. Ao ler a plaquinha disse:
- Nossa, copaíba é da família das leguminosas!
A resposta de uma das pessoas que me acompanhava foi:
- Bem, se copaíba é uma leguminosa, tomar óleo de copaíba e comer feijão é a mesma coisa. 

Joga luz!!!
Uma parte da turma resolveu refazer a trilha a noite, para admirar bichinhos noturnos. Os "expedicionários" estavam equipados com 2 bastões de neon e uma pequena lanterna para clarear o caminho. Após algum tempo de caminhada, começaram a ouvir passos de algum animal. Uma das pessoas fala pra um dos que carregavam o bastão de neon e fala: "Joga luz!". O outro estende o bastão em direção ao local de onde vinha o barulho, mas o bastão não iluminava grandes coisas e não deu pra ver qual era o animal. Daí novamente a frase "Joga luz!" é pronunciada. O outro pára, fica sem entender e pergunta: "Mesmo?!". A resposta é "Sim! Joga luz!". Bem, o bastão de neon é jogado no meio do mato. 
E o que era pra ser feito? Era pra outra pessoa, que carregava a lanterna direcionar o feixe de luz naquela direção.

Enfim, foi uma viagem inesquecível pra mim, algo que eu nunca imaginaria que fosse ocorrer, algo que não tem preço e ficará guardado pra sempre na memória. Agradeço imensamente aos meus amigos que me apoiaram e me ajudaram o máximo que puderam durante a viagem.

Não vejo a hora de acontecer a 2ª VBF!

3 comentários:

Adam Victor Nazareth Brandizzi disse...

Olá, Anninha!

Teve histórias aí que eu nem sabia! Que legal! Enfim, fico feliz que tenha curtido a viagem, e mal vejo a hora da próxima... em que eu possa ir, já que por agora não dá, sabemos por quê ;) Aliás, a parte mais divertida foi mesmo levar você para a cachoeira!

Até!

Marcos Calebe disse...

Mas eu, portador da lanterna, joguei luz! Por isso eu nem estranhei quando vi a Estrela Cadente de São Gabriel!

Borboleta Roxa disse...

Adam, eu creio que só daqui um ano, no mínimo, você terá como ir.

Calebe, não acredito que você jogou luz antes da Estrela Cadente de São Gabriel! kkkk